A Catequese como sinal de luz em tempos de “Masculinidade Tóxica”
Vivemos um tempo de profundas transformações sociais. Essa frase está se tornando tanto clichê quanto um mantra em nosso dia a dia, pois a cada momento surgem novos debates sobre identidade, gênero, valores pessoais, extremismos e relações humanas transformados ou ressignificados pela era digital. No entanto, em meio a essas mudanças e tantas outras, emerge um fenômeno preocupante: a ascensão da chamada “masculinidade tóxica”. Esse conceito abrange um conjunto de comportamentos e crenças que distorcem a verdadeira essência da masculinidade, promovendo agressividade, domínio sobre os outros e desprezo por valores como empatia e compaixão.
Essa ideologia de um “masculino superior”, recentemente foi abordada na serie Adolescência da Netflix, e tem influenciado especialmente jovens do sexo masculino que, muitas vezes, sentem-se perdidos em meio a expectativas sociais conflitantes. Ao lado da influência da internet, a mídia de massa também tem um papel significativo nesse cenário, frequentemente retratando a masculinidade de forma superficial ou até mesmo nociva. Isso reforça estereótipos que podem levar a comportamentos autodestrutivos e isolacionistas.
Diante desse contexto, a catequese, enquanto processo de formação espiritual e moral, apresenta-se como um farol, oferecendo um caminho a ser seguido baseado nos ensinamentos cristãos. A Igreja, ao longo dos séculos, tem sido a luz de orientação em meio às crises existenciais da humanidade. Hoje, não é diferente. A catequese não se limita a transmitir dogmas religiosos; ela forma pessoas íntegras, capazes de viver a masculinidade (e a feminilidade) de maneira equilibrada e virtuosa.
Enquanto a cultura secular muitas vezes reduz o homem a uma caricatura de força bruta ou dominadora, o Evangelho propõe um modelo radicalmente diferente: o de Cristo, que lavou os pés dos discípulos, chorou com os que sofriam e deu a vida por amor. Convido você a exploraremos como a catequese pode ser uma resposta eficaz à crise da masculinidade tóxica, oferecendo não apenas críticas aos comportamentos nocivos, mas também um caminho concreto de transformação.
Antes, Vamos Entender o que é Empatia
A empatia é hoje um conceito fundamental na psicologia, nas neurociências e até mesmo nos debates éticos contemporâneos. Mas sua história é longa e complexa, passando por transformações filosóficas, estéticas e psicológicas antes de se consolidar como a entendemos hoje. Para compreendê-la, é preciso retornar às suas origens, desde a Grécia Antiga até sua reformulação na psicologia moderna, passando por contribuições alemãs e pela influência de pensadores como Freud.
O termo “empatia” tem raízes no grego antigo: empatheia (ἐμπάθεια), que significa literalmente “paixão” ou “sentir dentro”. Esse conceito estava ligado à ideia de compartilhar emoções, mas não no sentido moderno de compreensão afetiva. Na filosofia clássica, pensadores como Aristóteles abordaram algo semelhante à empatia em sua discussão sobre a catarse, a purificação das emoções por meio da arte trágica. A plateia, ao assistir a uma peça, experimentava as emoções dos personagens, num processo que antecipava a noção de identificação emocional. No entanto, a empatia como a conhecemos hoje surge apenas no século XIX, a partir de um contexto muito diferente: a estética alemã.
O marco decisivo para o conceito moderno de empatia veio com o filósofo e teórico da arte Robert Vischer, que em 1873 cunhou o termo Einfühlung (“sentir-se dentro”). Vischer estava interessado em explicar como as pessoas projetam suas próprias emoções em objetos estéticos, por exemplo, ao olhar para uma paisagem e sentir que ela é “triste” ou “alegre”. Para Vischer, a Einfühlung era um processo psicológico no qual o observador “se fundia” com a obra de arte, atribuindo-lhe sentimentos humanos. Essa ideia foi desenvolvida por outros pensadores alemães, como Theodor Lipps, que expandiu o conceito para a psicologia da percepção, argumentando que a empatia era a base da compreensão das expressões emocionais dos outros.
Sigmund Freud, embora não tenha sido o criador do conceito, desempenhou um papel crucial em sua popularização. Ele se apropriou da noção de Einfühlung para explicar processos psíquicos como a identificação e a transferência. Na psicanálise, a empatia tornou-se um mecanismo fundamental para a relação entre analista e paciente. Freud sugeriu que o terapeuta deveria exercer uma “atenção flutuante”, uma forma de escuta empática que permitisse compreender as emoções do paciente sem julgamento. Mais tarde, psicanalistas como Heinz Kohut (da Psicologia do Self) aprofundariam essa ideia, defendendo que a empatia era essencial para o desenvolvimento emocional saudável.
A popularização do termo “empatia” no mundo anglófono ocorreu quando o psicólogo Edward Titchener traduziu Einfühlung para o inglês como “empathy” no início do século XX, consolidando seu uso na psicologia experimental. A transição da empatia como um conceito estético para um conceito psicológico foi gradual. Se, no início, ela descrevia a relação entre o observador e a obra de arte, depois passou a explicar a conexão entre seres humanos. A ideia de que podemos “nos colocar no lugar do outro”, antes aplicada apenas à experiência artística, tornou-se central para entender a cognição social. Hoje, a neurociência comprova que processos como os neurônios-espelho estão por trás da capacidade humana de sentir o que os outros sentem, confirmando, em bases biológicas, o que filósofos e psicólogos já intuíam.
A empatia não é um conceito estático, ela foi remodelada ao longo dos séculos, desde suas raízes gregas até sua formalização na psicologia moderna. A contribuição de Vischer e da tradição alemã foi crucial para transformá-la de uma experiência estética em um mecanismo psicológico essencial. Freud, por sua vez, ajudou a difundi-la, mostrando sua relevância para a compreensão das relações humanas. Hoje, a empatia é vista como uma ponte entre a arte, a mente e a sociedade, uma prova de que, para entender os outros, precisamos primeiro aprender a “sentir dentro” deles, assim como fazíamos diante de uma pintura ou uma tragédia grega.
A Crise da Masculinidade Contemporânea
A masculinidade tóxica não é um fenômeno novo, mas na era digital, ele ganhou formas mais visíveis e, muitas vezes, mais perigosas. Enquanto antes esses ideais eram transmitidos de forma mais sutil, através da cultura, da educação familiar ou de normas sociais não ditas, hoje eles são amplificados por discursos online, seja no anonimato das redes ou mesmo por figuras públicas que defendem abertamente comportamentos prejudiciais.
A internet, especialmente em fóruns e redes sociais, tornou-se um terreno fértil para a disseminação de ideias que associam masculinidade a agressividade, dominação e repressão emocional. Inicialmente, muitos desses discursos circulavam em espaços anônimos, onde homens frustrados encontravam válvula de escape para sua raiva e inseguranças. No entanto, nos últimos anos, esses mesmos discursos ganharam rostos, nomes e vozes, influencers, podcasters e figuras públicas que normalizam e até glamorizam atitudes tóxicas como se fossem “verdades inconvenientes” sobre o que é “ser homem”.
O resultado? Uma geração de homens que internaliza a ideia de que demonstrar vulnerabilidade é sinal de fraqueza, que relacionamentos afetivos são jogos de poder e que a violência (física ou psicológica) é uma forma legítima de resolver conflitos. Um dos exemplos mais extremos dessa mentalidade é o movimento incel (abreviação de “celibato involuntário”). Homens que se identificam como incels frequentemente culpam mulheres, a “modernidade” ou a sociedade por suas dificuldades em estabelecer relacionamentos. Em vez de questionar os próprios comportamentos ou as expectativas irreais que consomem, muitos mergulham em fóruns online onde encontram justificativas para seu ressentimento.
Esses espaços, inicialmente apenas locais de desabafo, podem se transformar em câmaras de radicalização. Alguns casos chegaram a extremos trágicos, como ataques misóginos e atos de violência motivados por ódio contra mulheres e homens considerados “bem-sucedidos” afetivamente. A falta de políticas eficientes de moderação nesses ambientes permite que discursos de ódio se espalhem sem freios, alimentando uma mentalidade perigosa.
Se a internet é um propagador moderno desses ideais, a mídia tradicional também tem sua parcela de responsabilidade. Filmes, séries e até mesmo publicidades frequentemente retratam homens tóxicos como figuras admiráveis, o “bad boy” que é glorificado por sua frieza, o protagonista que resolve tudo na violência, o sedutor que trata relacionamentos como conquistas.
Essas representações não apenas reforçam estereótipos prejudiciais, mas também enviam mensagens especialmente danosas a adolescentes em formação. Quando um jovem cresce vendo que homens bem-sucedidos são aqueles que dominam, controlam e nunca demonstram fraqueza, ele internaliza esses padrões como metas a serem alcançadas. O problema é que, na vida real, essa postura leva a relacionamentos conturbados, solidão e, em casos mais graves, comportamentos abusivos.
Os efeitos da masculinidade tóxica não são abstratos, eles se refletem em dados alarmantes. O Brasil, por exemplo, registrou em 2015 uma média de 13 feminicídios por dia, muitos deles cometidos por parceiros ou ex-parceiros que justificam seus atos com ideais distorcidos de posse e controle. Além disso, a pressão para se enquadrar nesse modelo de masculinidade faz com que muitos homens sofram em silêncio, evitando buscar ajuda psicológica por medo de serem vistos como “fracos”.
O resultado é uma epidemia de solidão masculina. Homens são estatisticamente menos propensos a cultivar amizades profundas ou a expressar suas emoções, o que aumenta os riscos de depressão e suicídio. Enquanto isso, a mesma cultura que os pressiona a serem “duros” os critica quando, inevitavelmente, quebram sob o peso dessas expectativas.
A desconstrução da masculinidade tóxica não significa “enfraquecer” os homens, mas sim redefinir o que significa ser homem em uma sociedade mais saudável. Iniciativas como a psicoterapia masculina focada em inteligência emocional, campanhas que incentivam a expressão de vulnerabilidade e a representação midiática de homens diversos, que choram, que erram, que cuidam, são passos importantes.
A internet, que hoje amplifica discursos tóxicos, também pode ser uma ferramenta de transformação. Canais que promovem debates saudáveis sobre masculinidade, figuras públicas que quebram estereótipos e comunidades online que oferecem apoio (e não ódio) mostram que há alternativas. O desafio é fazer com que essas vozes sejam tão ouvidas quanto as que perpetuam o problema.
Enquanto a masculinidade tóxica continuar a ser vista como “normal” ou até desejável, os ciclos de violência e infelicidade seguirão se repetindo. Mas se homens e mulheres questionarem juntos esses padrões, talvez seja possível construir uma nova ideia do que significa, de fato, ser forte.
A Catequese como Antídoto
Diante de um cenário cultural onde conceitos distorcidos de masculinidade geram violência, isolamento e degradação das relações humanas, a catequese surge como uma alternativa profundamente transformadora. Seu papel vai muito além do ensino religioso tradicional; ela é uma ferramenta de formação do caráter, oferecendo princípios éticos que contrastam radicalmente com os valores da masculinidade tóxica.
A. Redefinição da Força
Na cultura secular, a masculinidade é frequentemente associada à dominação, agressividade e controle sobre os outros. A catequese, no entanto, apresenta um modelo completamente diferente: Jesus Cristo, o homem perfeito segundo a fé cristã, demonstrou sua força não pela violência, mas pela coragem moral, pela compaixão e pelo serviço aos outros.
A verdadeira masculinidade, conforme ensinada na catequese, não se manifesta na opressão, mas na proteção dos vulneráveis. São José, por exemplo, é um modelo de homem forte não por impor seu poder, mas por cuidar de Maria e Jesus com humildade e dedicação. A catequese ajuda os jovens a entenderem que ser forte não significa ser agressivo, mas ser firme nos valores, responsável e protetor daqueles que estão ao seu redor.
B. Valorização das Emoções
Uma das marcas da masculinidade tóxica é a repressão emocional, a ideia de que “homens não choram” e que demonstrar sentimentos é sinal de fraqueza. Essa mentalidade gera homens incapazes de lidar com suas próprias vulnerabilidades, o que muitas vezes leva a frustrações, raiva e até violência.
A espiritualidade cristã, no entanto, valoriza a integralidade da pessoa. Na Bíblia, vemos Davi, um rei e guerreiro, expressando suas dores, medos e alegrias nos Salmos. Jesus, o próprio Filho de Deus, chorou diante da morte de Lázaro (João 11:35) e demonstrou angústia no Getsêmani (Mateus 26:38). A catequese ensina que as emoções não devem ser negadas, mas integradas de maneira saudável, reconhecendo que a verdadeira maturidade inclui autoconhecimento e empatia.
C. Comunidade e Pertencimento
Muitos jovens que aderem a ideologias tóxicas buscam, acima de tudo, um senso de pertencimento. Grupos extremistas e comunidades online de ódio muitas vezes preenchem um vazio deixado pela falta de conexões autênticas na vida real.
A catequese oferece uma alternativa genuína: uma comunidade onde o valor do indivíduo não está em sua capacidade de dominar os outros, mas em sua dignidade como filho de Deus. Através de grupos de jovens, retiros e atividades paroquiais, os adolescentes e homens jovens encontram amizades verdadeiras, mentores que os guiam e um propósito que vai além do individualismo. Essa experiência de fraternidade combate o isolamento que alimenta o radicalismo e o ódio.
D. Desafios e Adaptações Necessárias
A catequese não está imune aos desafios do mundo moderno. Muitos jovens hoje questionam a relevância da Igreja, influenciados por um secularismo crescente e por uma cultura que muitas vezes ridiculariza a fé. Justamente por isso, a formação catequética precisa adaptar-se, utilizando linguagens contemporâneas, como redes sociais, podcasts e debates abertos, para transmitir valores eternos de maneira atraente.
Além disso, a Igreja deve enfrentar diretamente as distorções da masculinidade tóxica, criando espaços onde homens possam discutir suas dúvidas, frustrações e desafios sem medo de julgamento. A catequese não deve apenas condenar o que é errado, mas apresentar um caminho positivo e realizador, o caminho de Cristo, que liberta e eleva o ser humano à sua verdadeira grandeza.
Em um mundo onde modelos distorcidos de masculinidade causam danos profundos, a catequese se revela como uma força renovadora. Ela não só ensina princípios éticos, mas também forma homens capazes de viver com integridade, compaixão e coragem. Ao redefinir a força, valorizar as emoções e construir comunidades autênticas, a catequese oferece uma resposta urgente e necessária para os jovens de hoje. A masculinidade saudável não é uma negação da virilidade, mas sua plena realização no amor, no serviço e na verdade. E é essa a mensagem que a catequese, renovada e engajada, pode levar a uma nova geração em busca de sentido.
E. Jesus Cristo: O Modelo Completo
Em uma sociedade que frequentemente confunde masculinidade com agressividade, sucesso com acúmulo de bens, e felicidade com satisfação imediata, a figura de Jesus Cristo surge como o paradigma mais equilibrado e completo de que é ser homem. Seu exemplo transcende o tempo e oferece aos jovens um modelo de vida profundamente relevante, que harmoniza virtudes aparentemente contraditórias: força e sensibilidade, convicção e compaixão, santidade e proximidade.
Diferente dos heróis modernos, frequentemente retratados como invulneráveis, Jesus demonstrou que a verdadeira força humana inclui a capacidade de sentir e expressar emoções. Seu choro diante da morte de Lázaro (João 11:35) não foi sinal de fraqueza, mas da profundidade de seu amor. Sua angústia no Getsêmani (Mateus 26:38) revela um homem completo, que experimentou o medo, mas escolheu obedecer. Essa humanidade plena desafia os jovens a abandonarem a máscara da invulnerabilidade e abraçarem sua condição humana sem vergonha.
Em um mundo marcado por divisões e exclusão, o ministério de Jesus estabeleceu um novo padrão de relacionamento humano. Sua interação com a samaritana (João 4), sua defesa da mulher adúltera (João 8:1-11) e sua atenção aos leprosos (Marcos 1:41) demonstram um padrão radical de inclusão. Jesus não apenas pregou o amor ao próximo, mas o praticou de maneira concreta, desafiando as barreiras sociais, raciais e religiosas de seu tempo. Para os jovens de hoje, isso representa um chamado à construção de uma sociedade mais justa e acolhedora. A personalidade de Jesus revela uma notável capacidade de conciliar aspectos aparentemente opostos. Foi infinitamente misericordioso com os arrependidos, mas implacável com a hipocrisia religiosa (Mateus 23). Recebeu crianças com ternura (Marcos 10:16), mas enfrentou os exploradores do templo com vigor (João 2:15). Esse equilíbrio oferece aos jovens um modelo para lidar com os complexos dilemas morais da atualidade, onde tanto se necessita de compaixão quanto de firmeza de caráter.
Em contraste com a cultura contemporânea que glorifica o poder e o status, Jesus redefiniu a liderança como serviço. Ao lavar os pés dos discípulos (João 13:5), Ele estabeleceu um paradigma revolucionário: a verdadeira grandeza se manifesta na capacidade de servir. Esse princípio é particularmente relevante para os jovens em formação, oferecendo um antídoto ao individualismo e ao culto à autoimagem que dominam as redes sociais e a cultura popular. Num mundo onde os jovens são constantemente bombardeados por modelos distorcidos de sucesso e felicidade, a vida de Jesus oferece uma alternativa profundamente transformadora. Seu exemplo não se limita ao âmbito religioso, mas apresenta um projeto completo de humanidade:
- Emocionalmente saudável – capaz de expressar sentimentos sem perder o equilíbrio
- Socialmente revolucionário – quebrando barreiras e promovendo inclusão
- Moralmente íntegro – mantendo convicções sem perder a compaixão
- Espiritualmente autêntico – vivendo em profunda conexão com o Pai
Para uma geração que busca significado em meio ao caos de valores contraditórios, Jesus continua sendo “o caminho, a verdade e a vida” (João 14:6) – não apenas no sentido espiritual, mas como modelo integral de existência humana. Seu convite permanece atual: “Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração” (Mateus 11:29). Nessa aprendizagem, os jovens de hoje podem encontrar as respostas mais profundas para seus anseios e desafios. Longe de ser uma figura distante ou um ideal inatingível, Jesus Cristo se apresenta como o modelo mais completo e acessível de humanidade plena. Sua vida oferece aos jovens contemporâneos não um conjunto de regras, mas um caminho de realização pessoal e transformação social. Num mundo de extremos e radicalismos, Ele permanece como o perfeito equilíbrio entre graça e verdade, oferecendo às novas gerações um farol de esperança e direção em meio às tempestades da vida moderna.
Conclusão
Em um mundo onde a masculinidade é frequentemente reduzida a estereótipos prejudiciais, a catequese destaca-se como uma luz em meio às trevas. Ela não apenas denuncia os excessos da masculinidade tóxica, mas também oferece uma alternativa concreta: uma visão de homem baseada no amor, no serviço e na integridade. Enquanto a cultura secular muitas vezes prega que ser homem significa ser durão e emocionalmente distante, o Evangelho apresenta um modelo radicalmente diferente, um modelo que liberta em vez de oprimir.
Os desafios são muitos. A influência da internet, a banalização da violência na mídia e a crescente solidão entre os jovens exigem que a Igreja renove seus métodos de evangelização. No entanto, a essência da mensagem permanece a mesma: todo ser humano, independentemente de gênero, é chamado a viver em plenitude, seguindo os passos de Cristo.
A catequese, portanto, não é apenas um momento de preparação para sacramentos; é um processo contínuo de formação humana. Ela ajuda os jovens a discernirem sua vocação, a construírem relacionamentos saudáveis e a encontrarem significado em um mundo muitas vezes fragmentado. Em tempos de confusão ideológica, ela continua a ser um porto seguro, mostrando que a verdadeira força não está na dominação, mas no amor que se doa.
Assim, enquanto a masculinidade tóxica leva muitos a um caminho de isolamento e amargura, a catequese aponta para uma estrada diferente, uma estrada de liberdade, dignidade e esperança. E, nesse sentido, ela não é apenas uma resposta aos problemas de hoje, mas um farol para as gerações futuras.